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Deficiência na desidrogenase dos ésteres acil-coenzima A de cadeia média (MCAD): Investigador: Maria de Fátima Vieira Ventura |
Resumo A deficiência na desidrogenase dos ésteres acil-CoA de cadeia média (MCADD), enzima essencial na beta-oxidacao mitocondrial dos acidos gordos (mFAO) de cadeia média, e considerada o defeito hereditário mais prevalente da mFAO, em especial em descendentes do nordeste da Europa. A primeira manifestação desta doença hereditária autossómica recessiva, pode ser devastadora podendo levar à morte. Por outro lado, pode revelar-se completamente assintomática. A importância de um diagnóstico precoce levou à implementação em muitos países, incluindo Portugal, do rastreio neonatal desta deficiência. Apesar das bases moleculares da MCADD estarem bem estudadas em diversas populações, o perfil mutacional dos doentes em Portugal não é ainda totalmente conhecido. O nosso grupo genotipou recentemente 58 indivíduos MCADD portugueses. À semelhança de outras populações a maioria dos doentes sao homozigóticos para a mutacao c.985A>G no exão 11, traduzida na substituição por um ácido glutâmico do resíduo de lisina 304 da proteína madura (p.K304E). Durante este estudo foram identificadas duas novas substituições, c.503A>T (D143V) e c.12056>T (6377V) ambas em heterozigotia. De modo a se poder inferir o caracter patogénico das alterações encontradas o grupo desenvolveu um sistema de expressão heteróloga que permitiu já expressar, purificar e caracterizar enzimaticamente a forma selvagem da proteína MCAD (hMCADwt). Neste projecto pretende-se avaliar funcional e estruturalmente as duas novas variantes de MCAD. Uma vez que as novas mutações se encontram em heterozigotia com o alelo G985, pretende-se igualmente co-expressar a proteina p.K304E com as outras mutantes e proceder à caracterização dos híbridos obtidos de modo a avaliar a ocorrência de uma eventual complementação interalélica, fenómeno nunca abordado nos estudos publicados relativos à MCADD. Os dados obtidos possibilitarão determinar o efeito causador de doença das novas mutações e caracterizar pela primeira vez formas híbridas da MCAD, o que podera contribuir para uma antecipação do prognóstico da doença levando a uma melhor avaliação do risco e aconselhamento dos doentes e a longo prazo promover o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas. |
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