Disfunção mitocondrial nos défices múltiplos das desidrogenases
Investigador: Hugo Daniel Carvalho de Azevedo Rocha O objectivo global deste projecto é definir as consequências dos défices múltiplos das desidrogenases (défices de ETF e ETF:QO) no proteoma mitocondrial, gerando novos dados que permitam compreender a patofisiologia associada a esta doença metabólica. |
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Deficiência na desidrogenase dos ésteres acil-coenzima A de cadeia média (MCAD): Caracterização funcional e estrutural de proteínas mutantes Investigador: Maria de Fátima Vieira Ventura Neste projecto pretende-se avaliar funcional e estruturalmente as duas novas variantes de MCAD. Pretende-se igualmente proceder à caracterização de proteínas híbridas de modo a avaliar a ocorrência de uma eventual complementação interalélica. |
Disfunção mitocondrial nos défices múltiplos das desidrogenases. Investigador: Hugo Daniel Carvalho de Azevedo Rocha |
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Resumo A β-oxidação mitocondrial representa uma importante fonte de energia durante períodos de jejum e de stress metabólico, caracterizando-se por ser um processo complexo que envolve o transporte de conjugados activados para o interior da mitocondria e consequente remoção sequencial de duas unidades de acetil-CoA. Pelo menos 25 proteínas diferentes estão envolvidas neste processo e deficiências em algumas delas encontram-se na génese do desenvolvimento de doenças humanas [1]. Correlações genótipo/fenótipo são possíveis de estabelecer para os defeitos que afectam a oxidação dos ácidos gordos de cadeia longa [3] [4]. Nestes é possível estabelecer uma certa relação entre as mutações, a actividade residual da enzima, a acumulação de metabolitos e o fenótipo clínico, sendo proposto que a patofisiologia e nestes casos se deve fundamentalmente a uma deficiência na produção de energia, com um contributo comparativamente menor do efeito intoxicante dos ácidos gordos acumulados [3]. No que diz respeito aos defeitos da β-oxidação que afectam a oxidação dos ácidos gordos de cadeia media/curta, a correlação descrita anteriormente não e possível de estabelecer, pois existem doentes com a mesma mutação e com fenótipos completamente distintos. Algumas hipóteses forma propostas no sentido de explicar esta observação e basearam-se na natureza multifactorial destas patologias, assim como na existência de genes/mutações modificadores. É também aceite que a patogénese dos defeitos que afectam os ácidos gordos de cadeia media/curta se baseiam maioritariamente no possível efeito tóxico dos ácidos gordos e/ou proteínas variantes acumulados, mais do que num défice energético [6] [7]. Em todo o caso mais dados são necessários para validar estas hipóteses. Referências bibliográficas |
Deficiência na desidrogenase dos ésteres acil-coenzima A de cadeia média (MCAD): Investigador: Maria de Fátima Vieira Ventura |
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Resumo A deficiência na desidrogenase dos ésteres acil-CoA de cadeia média (MCADD), enzima essencial na beta-oxidacao mitocondrial dos acidos gordos (mFAO) de cadeia média, e considerada o defeito hereditário mais prevalente da mFAO, em especial em descendentes do nordeste da Europa. A primeira manifestação desta doença hereditária autossómica recessiva, pode ser devastadora podendo levar à morte. Por outro lado, pode revelar-se completamente assintomática. A importância de um diagnóstico precoce levou à implementação em muitos países, incluindo Portugal, do rastreio neonatal desta deficiência. Apesar das bases moleculares da MCADD estarem bem estudadas em diversas populações, o perfil mutacional dos doentes em Portugal não é ainda totalmente conhecido. O nosso grupo genotipou recentemente 58 indivíduos MCADD portugueses. À semelhança de outras populações a maioria dos doentes sao homozigóticos para a mutacao c.985A>G no exão 11, traduzida na substituição por um ácido glutâmico do resíduo de lisina 304 da proteína madura (p.K304E). Durante este estudo foram identificadas duas novas substituições, c.503A>T (D143V) e c.12056>T (6377V) ambas em heterozigotia. De modo a se poder inferir o caracter patogénico das alterações encontradas o grupo desenvolveu um sistema de expressão heteróloga que permitiu já expressar, purificar e caracterizar enzimaticamente a forma selvagem da proteína MCAD (hMCADwt). Neste projecto pretende-se avaliar funcional e estruturalmente as duas novas variantes de MCAD. Uma vez que as novas mutações se encontram em heterozigotia com o alelo G985, pretende-se igualmente co-expressar a proteina p.K304E com as outras mutantes e proceder à caracterização dos híbridos obtidos de modo a avaliar a ocorrência de uma eventual complementação interalélica, fenómeno nunca abordado nos estudos publicados relativos à MCADD. Os dados obtidos possibilitarão determinar o efeito causador de doença das novas mutações e caracterizar pela primeira vez formas híbridas da MCAD, o que podera contribuir para uma antecipação do prognóstico da doença levando a uma melhor avaliação do risco e aconselhamento dos doentes e a longo prazo promover o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas. |
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